Se já está a fazer planos para as suas férias, vai querer dominar Business Intelligence
01 August, 2022
No passado, a intuição era provavelmente o método mais utilizado para tomar decisões. Atualmente, sabemos que, por muito que ainda exista espaço para intuição, os dados e a informação consistentemente analisada são a técnica mais eficaz na tomada de decisão nas organizações. Podemos fazer uma comparação com fazer uma viagem. Imagine-se a ir de viagem, sem planeamento, sem GPS ou mapa. Ou ter de fazer as malas sem saber que tempo fará no seu destino. Se aplicarmos este cenário a um contexto de tomada de decisão empresarial, percebemos que o planeamento, a informação e sobretudo a sua análise podem fazer muita diferença nas decisões a tomar. Sobretudo quando, hoje, o tratamento de dados é facilitado pela utilização de instrumentos e ferramentas cada mais sofisticadas e eficientes.
É indiscutível a enorme relevância que os dados e a sua análise representam nas organizações. São elementos cruciais para o desenvolvimento do negócio, para a sua inovação e competitividade. Mas apesar da necessidade de todos os departamentos de uma organização de trabalharem com dados, o desenvolvimento dessas competências não é proporcionado de forma abrangente a todo o tipo de colaboradores. Há uma clara lacuna entre a necessidade de formação em disciplinas de dados e a sua implementação: segundo um estudo da Forrester, 82% dos decisores afirmam que todos os colaboradores devem ter pelo menos conhecimentos básicos de dados, mas apenas 40% dos colaboradores referem que a sua empresa forneceu acesso a formação nesta área.
É importante sublinhar que o enorme potencial da implementação de Business Intelligence é amplamente reconhecido e que, neste sentido, cerca de 50% das organizações portuguesas já o utilizam e 85% das empresas mundiais pretendem adotar tecnologias de Big Data Analytics até 2025.
Um sistema de Business Intelligence permite a recolha e análise de dados de vários tipos, origens e horizontes temporais, e com poupança de esforço e tempo, transforma esses dados em informação percetível e desvenda padrões e tendências que possibilitam a tomada de decisão com mais clareza, rapidez e precisão. As organizações têm assim nas suas mãos a capacidade de se tornarem mais ágeis na resposta às necessidades dos seus clientes, mais eficientes nas suas operações, e no geral, mais inovadoras e competitivas.
A implementação de um sistema de BI de sucesso não é, contudo, livre de desafios. Entre os desafios mais referidos estão os tecnológicos, como a adequação da tecnologia às necessidades do negócio, problemas com a sua manutenção e escalabilidade ou migração de sistemas obsoletos, problemas de qualidade de dados, ou da falta de recursos financeiros e de investimento. Contudo, no meu ponto de vista, um dos maiores desafios é criar uma cultura data-driven em que os colaboradores confiam e sabem utilizar os dados disponíveis. O acesso a dados deve ser democratizado dentro da organização, acessível não só a data scientists e outros profissionais de dados, mas também aos restantes colaboradores. A falta de formação ou de competências base dos recursos humanos deve, sem dúvida, ser um tema abordado com prioridade.
Concluindo, uma viagem com planeamento e análise de informação, realizada de forma suficientemente útil para guiar o processo de tomada de decisão, é, à escala, valiosa numa medida semelhante a utilizar recolha e análise de dados, com o auxílio de ferramentas especializadas, para ter uma base sólida que faça a diferença em decisões empresariais. Mas é fulcral existir orientação e formação para usufruir da melhor forma desses recursos.
Artigo publicado em Forbes Portugal, Julho/Agosto2022