Automação Robótica de Processos representa um benefício transversal a todos os setores de atividade
13 September, 2022
A Automação Robótica de Processos – Robotic Process Automation ou RPA – está a transformar a forma como as empresas funcionam, permitindo-lhes adaptarem-se e reagir rapidamente às alterações dos mercados e, ao mesmo tempo, criar processos internos mais eficazes, de maior transparência e mais bem controlados, do que quando efetuados por humanos, devido ao erro introduzido pela atividade humana.
As melhorias na produtividade têm sido constantes nas últimas décadas. Graças à transformação digital em geral e à automação robótica dos processos em particular, custa cada vez menos tempo e dinheiro realizar tarefas mais complexas. As ferramentas RPA automatizam desde as tarefas repetitivas e simples, com recursos a robôs digitais (bots), até ao mais complexo dos processos, onde são utilizadas em conjunto com outras tecnologias, como Inteligência Artificial ou Machine Learning.
Uma das principais vantagens das ferramentas RPA é a simplicidade. Os bots comunicam diretamente com os sistemas e com as aplicações para agilizar os processos e reduzir a carga de trabalho que recai sobre os humanos.
A automação de um processo através de RPA passa por segmentar o processo nas suas tarefas básicas, definir as regras de negócio e com recurso a software low-code ou no-code, criar scripts que executem o mesmo sem intervenção humana.
Geralmente, as soluções RPA são divididas em duas categorias: assistidas e não assistidas. Os robôs de RPA assistidos são executados localmente numa estação de trabalho e realizam atividades de front–end, possibilitando ao operador supervisionar e guiar o processo de automação. Por outro lado, os robôs de RPA não assistidos implementam processos de forma totalmente automática e sem qualquer intervenção humana, podendo ser ativados por eventos específicos ou por execução programada.
As soluções de RPA podem ser utilizadas para a automação de tarefas repetitivas, em todos os setores de atividade e num leque muito variado de áreas como recrutamento e seleção de candidatos, administração de RH, contabilidade, faturação, atendimento ao cliente, suporte técnico, marketing ou vendas.
No setor da banca, por exemplo, RPA é uma ferramenta fulcral pois permite fazer mais com a mesma mão de obra, e liberta tempo precioso para a tomada de decisões e planeamento estratégico. Está a ser já utilizado na banca para automatizar tarefas de serviço ao cliente, tais como, consultas de contas, atualizações de contas e encerramentos de contas; para aumentar a precisão e rapidez da introdução de dados; para criação e gestão de fluxos de trabalho, em conjunto com software de gestão de tarefas; para apoio à automatização de funções de back-office, tais como tesouraria e faturação; e para melhorar o relacionamento com o cliente, através da automatização das respostas dos meios de comunicação, do encaminhamento de chamadas e da gestão de correio eletrónico.
Outro exemplo da utilização de RPA é no sector da saúde, onde é adaptada às diferentes necessidades. No caso de um hospital pode ser automatizada a entrada de dados dos pacientes, a análise de documentos médicos, a gestão de prescrições e receitas, entre muitas outras possibilidades. A automação de processos neste sector ajuda a reduzir erros, aumenta a eficiência dos cuidados e permite a diminuição de custos.
O mercado de software RPA é altamente competitivo, com um cenário de fornecedores em constante evolução. É um segmento em rápido crescimento no mercado, com um crescimento de 31% em 2021, bem acima da média do mercado mundial de software. Atualmente, o mercado de software de RPA conta com mais de 60 fornecedores e passou por diversas fusões e aquisições durante o ano passado. Assim, num futuro muito próximo, quando combinada com, por exemplo, Inteligência Artificial, Machine Learning e Big Data, os robôs irão aprender, o que lhes permitirá resolver problemas à medida que estes surjam, e executá-los de forma melhorada e mais eficiente, qualquer que seja o setor de atividade.
Artigo publicado em COMPUTERWORLD, a 13 setembro de 2022